O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, disse em evento público na quinta-feira (10) que “a tokenização veio para ficar” e que pode solucionar problemas dos mercados de capitais. O executivo, que ressaltou ser essa uma visão pessoal e não institucional, participou do seminário Tokenize 2024.
Um ponto que Nascimento ressaltou em sua fala é os novos desafios tecnológicos trazidos pela criptoeconomia. “A exchange é ao mesmo tempo o intermediário e também o ambiente de negociação, um cenário diferente da Bolsa de Valores tradicional”, disse. Nesse sentido, o executivo afirma que o setor cripto “testa esses limites de separação de funções”.
Para que essa nova realidade não crie riscos sistêmicos, o presidente da CVM diz que algumas mudanças, talvez no formato de lei, devem ser feitas. “A principal é a segregação patrimonial”, defende. “Outro ponto totalmente fundamental é ter regras de governança apropriadas até mesmo para que esse potencial conflito não se materialize” .
O executivo afirmou que, se de um lado o mercado tradicional aprende com as boas experiências vindas do ambiente que emprega mais tecnologia, “de outro lado, eu acho que esse ambiente mais moderno também tem coisas para aprender daquilo que é o clássico”.
Cripto e tokenização tomam conta dos debates no mundo
João Pedro Nascimento foi enfático ao ressaltar a importância que os temas de tokenização e criptoeconomia ganham no debate entre agentes do mercado financeiro no cenário internacional.
“O Direito Societário é raramente debatido, porque as gerações anteriores já conseguiram endereçar esse tema. Esses são os temas do momento nos fóruns internacionais porque o futuro é digital e verde: cripto, tokenização, emprego de Inteligência Artificial, releitura dos mercados tradicionais sobre como interagir com esses novos temas”, afirma.
Para finalizar, o presidente da CVM demonstrou que acredita que o setor cripto tem um grande papel para desempenhar: “A tokenização, as finanças digitais e a criptoeconomia promovem uma maior inclusão de emissores e investidores no mercado de capitais. Isso é importante, pois o mercado de capitais é uma ferramenta poderosa para dar cumprimento a políticas públicas”.
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