A rede Bitcoin passou por uma nova elevação na dificuldade de mineração, intensificando os desafios para mineradores já pressionados por uma queda nas receitas. Em 28 de agosto de 2024, a dificuldade de mineração aumentou 2,99%, atingindo 89,47 trilhões, um dos níveis mais altos da história. Esse ajuste, em vigor até 10 de setembro, reflete a natureza dinâmica e autossustentável do sistema Bitcoin, que regula automaticamente o tempo de criação de blocos para manter a rede equilibrada.
O que significa esse aumento de dificuldade para o Bitcoin?
A dificuldade de mineração do Bitcoin funciona como um termostato, ajustando-se conforme o poder de processamento (hashrate) disponível. Quando mais mineradores entram na rede e os blocos são minerados mais rapidamente do que o previsto (em média, um bloco a cada 10 minutos), a dificuldade aumenta para evitar que blocos sejam gerados em excesso. Por outro lado, se o hashrate diminuir, a dificuldade é ajustada para baixo, equilibrando a produção de blocos. Com o novo aumento, a dificuldade se aproxima do recorde de 90,66 trilhões registrado em julho, tornando 2,99% mais difícil minerar blocos.
Esse novo ajuste chega em um momento desafiador para os mineradores, cujas receitas estão diminuindo. O hashprice — o rendimento estimado por petahash por segundo (PH/s) de mineração — caiu para cerca de $42 por dia, uma queda significativa em relação aos $47 por PH/s registrados em 25 de agosto. Essa redução afeta tanto pequenos mineradores quanto grandes empresas do setor, que agora enfrentam a necessidade de repensar suas estratégias de investimento e operação para se manterem lucrativas em um ambiente de margens cada vez menores.
A centralização dos pools de mineração
Além da queda nas receitas, há outra preocupação crescente: a centralização dos pools de mineração. Atualmente, apenas quatro pools dominam o cenário, sendo que Foundry USA e Antpool contribuem juntos com mais de 54% do total de hashrate da rede. Foundry USA lidera com 28,6% do hashrate, seguida de perto pela Antpool, com 25,86%. Outros dois pools, Viabtc e F2pool, controlam 11,44% e 10,98%, respectivamente. No total, esses quatro pools são responsáveis por 76,88% dos blocos minerados nos últimos três dias, o que levanta preocupações sobre a concentração de poder em um número reduzido de entidades.
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