As principais criptomoedas passam por forte correção nesta sexta-feira (15), em meio a temores de bolha depois de um rali que levou o Bitcoin a subir cerca de 60% neste ano. Traders de ações também acordaram com menor apetite por risco diante dos sinais de inflação persistente nos EUA, o que pode adiar um corte de juros.
O Bitcoin mergulha 7,9% em 24 horas, para US$ 67.246, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC recua 6,4%, negociado a R$ 343.824, de acordo com o Índice do Preço do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) cai 7,9%, cotado a US$ 3.654.
As altcoins também operam no vermelho, entre elas BNB (-5,3%), XRP (-9,9%), Solana (-1,4%), Cardano (-12,2%), Dogecoin (-13%), TRON (-3,7%), Chainlink (+1,6%), Avalanche (-10,8%), Polkadot (-11%), Polygon (-10,9%) e Shiba Inu (-12,8%).
Bitcoin hoje
Incertezas no cenário macroeconômico e o debate sobre uma possível bolha especulativa nos mercados reduzem a demanda por ativos de risco nesta manhã, o que inclui as criptomoedas.
O Bitcoin atingiu o menor nível em uma semana nesta sexta-feira, chegando a cair mais de 5% nesta madrugada, para US$ 66.629,96, mostram dados da Reuters. Isso depois de subir para a máxima de US$ 73.803,25 na sessão anterior, estabelecendo um novo recorde pelo quarto dia consecutivo.
Relatórios sobre o desempenho da economia americana acenderam o alerta. Embora as vendas no varejo dos EUA tenham subido menos do que o esperado, os preços ao produtor avançaram acima das estimativas, reforçando a tese de que o Federal Reserve possa ter que adiar um afrouxamento monetário.
Os fluxos constantes para fundos de índice (ETFs) de Bitcoin à vista têm puxado o rali da maior criptomoeda, mas alguns especialistas começam a ficar preocupados com o ritmo acelerado dos ganhos.
“O volume histórico de negociações do ETF Bitcoin da Blackrock causou certo mal-estar no mercado, com algumas partes temendo que o preço do BTC suba muito e muito cedo e possa sofrer um ‘flash crash’”, disse Adrian Wang, fundador e CEO da Metalpha, em entrevista por e-mail ao CoinDesk.
Com bolha ou sem bolha, o interesse pelo Bitcoin é evidenciado nas buscas do Google, superando as pesquisas pelos nomes de Taylor Swift e Beyoncé na última semana.
Compra de ações da FTX
Investidores estão de olho em ações da extinta exchange de criptomoedas FTX, na esperança de que acionistas possam ser recompensados caso credores que perderam bilhões sejam ressarcidos.
Nos últimos meses, fundos com créditos de credores também têm buscado comprar ações preferenciais da FTX, disseram pessoas a par do assunto à Bloomberg.
A corretora cripto fundada por Sam Bankman-Fried já acumula um caixa de US$ 6,4 bilhões para pagar credores e ex-clientes.
De qualquer forma, a probabilidade de pagamento das ações preferenciais da FTX ainda é muito baixa, de acordo com a Bloomberg, já que os acionistas são sempre os últimos da fila a receber nos processos de recuperação judicial nos EUA.
Binance separa unidade de venture capital
A Binance, maior exchange de criptomoedas do mundo, separou seu braço de capital de risco das operações do grupo no início deste ano, segundo apurado pela Bloomberg.
A Binance Labs, com ativos de US$ 10 bilhões, agora é uma entidade independente e cortou alguns laços com a holding, afirmou um porta-voz da empresa de venture capital. A equipe da Binance Labs passou a ter contratos separados dos funcionários da exchange, acrescentou o porta-voz, semelhante à estrutura da BNB Chain.
“Não fazemos parte do grupo Binance”, disse à Bloomberg o diretor de investimentos da Binance Labs, Alex Odagiu. A afiliada de capital de risco vai licenciar a marca Binance.
Ainda na área de venture capital, a plataforma blockchain Berachain ganhou status de unicórnio – com “valuation” de US$ 1,5 bilhão – em uma rodada de financiamento de mais de US$ 69 milhões coliderada pela Brevan Howard Digital e Framework Ventures, disseram pessoas com conhecimento do assunto à Bloomberg.
Outros destaques desta sexta
A Bybit foi classificada como uma plataforma de negociação de criptomoedas “suspeita” na atualização da lista de alertas da Comissão de Valores Mobiliários e Futuros de Hong Kong. Na quinta-feira (14), o regulador também identificou 11 produtos oferecidos pela Bybit como suspeitos. A agência observou que a Spark Fintech Limited, uma unidade da Bybit que apresentou um pedido de licença de exchange no início deste ano, não está envolvida nas atividades que geraram os alertas.
A SEC abriu um processo contra 17 indivíduos ligados a um suposto esquema de pirâmide que captou US$ 300 milhões de mais de 40 mil vítimas. O golpe, com alvo na comunidade latina em 10 estados dos EUA e dois outros países, tinha como objetivo convencer investidores de que seus fundos seriam investidos em criptomoedas e outros ativos, o que não ocorreu, de acordo com comunicado. A SEC já havia acusado os líderes da pirâmide, Mauricio Chávez e Giorgio Benvenuto, em uma ação emergencial em outubro passado.
Donald Trump tem seguidores na comunidade cripto: 48% de investidores de ativos digitais planejam votar no ex-presidente nas eleições deste ano, em comparação com 39% entre os que preferem o democrata Joe Biden, que busca a reeleição. Os números fazem parte de uma pesquisa com 1.000 eleitores registrados, encomendada pela empresa de capital de risco cripto Paradigm.
O Partido Democrata tende a adotar uma postura mais crítica em relação à indústria cripto. Os senadores Jack Reed e Laphonza Butler querem que a SEC suspenda a aprovação de novos produtos negociados em bolsa atrelados a criptoativos, citando riscos como pouca transparência e baixa liquidez.
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