O mercado de criptomoedas enfrenta outra onda vendedora nesta terça-feira (19), levando a liquidações de US$ 440 milhões em posições de traders que apostavam na alta dos preços. Na renda variável, investidores reagem ao fim da era de juros negativos no Japão, com o primeiro aumento da taxa básica em 17 anos.
Em meio à volatilidade, o Bitcoin sofreu um “crash” e atingiu US$ 8.900 na BitMEX, provavelmente devido às vendas de baleias, ou grandes investidores, de acordo com o CoinDesk. Embora a recuperação tenha sido rápida, a corretora disse que está investigando as ordens que causaram o mergulho.
O Bitcoin recua 7% em 24 horas, para US$ 63.215, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC cai 5,8%, negociado a R$ 322.144, de acordo com o Índice do Preço do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) perde 9,7%, cotado a US$ 3.236.
As principais altcoins também são negociadas no vermelho, entre elas BNB (-10,9%), XRP (-4,5%), Solana (-16%), Cardano (-10,7%), Dogecoin (-12,9%), TRON (-6,9%), Chainlink (-11,6%), Avalanche (-8,6%), Polkadot (-12,5%), Polygon (-12,4%) e Shiba Inu (-10,4%).
Bitcoin hoje
Após a recuperação puxada por traders em busca de pechinchas no fim de semana, o Bitcoin sente o impacto dos resgates no fundo da Grayscale, com saques recordes de US$ 640 milhões na segunda-feira (18), mostram dados do CoinDesk.
Apesar do alto volume de entradas nos fundos de índice (ETFs) de Bitcoin à vista nos EUA na semana passada, esses fundos receberam menos de US$ 500 milhões na segunda, deixando esse mercado com um saldo negativo de US$ 15 milhões.
Caso a demanda por ETFs continue a cair, o analista Markus Thielen, da 10x Research, espera mais correções no preço do BTC.
“Com base em nossos indicadores de reversão, um retrocesso para US$ 59.035 parece mais provável, oferecendo melhores níveis de entrada risco-retorno”, o que sinalizaria outra queda de 10% em relação aos preços atuais do Bitcoin, acrescentou.
Em meio à previsão pessimista, o Standard Chartered acredita que o BTC possa superar a casa dos US$ 150 mil até o final deste ano e alcançar US$ 250 mil em 2025.
Os analistas do banco também apostam em ganhos para o Ethereum, projetando que a segunda maior criptomoeda ultrapasse US$ 14 mil no ano que vem.
Binance evita investidores dos EUA
A Binance, maior exchange cripto do mundo, solicitou que os chamados “prime brokers”, como FalconX e Hidden Road, intensifiquem seus processos de triagem de clientes para evitar negociações de investidores dos EUA, reportou a Bloomberg, que cita pessoas com conhecimento do assunto.
Essas corretoras atendem principalmente investidores institucionais, por isso, as informações exigidas dos clientes incluem a localização geográfica dos escritórios, fundadores e funcionários, de acordo com a reportagem. Também é exigido que os clientes comprovem as informações fornecidas.
Em novembro, a Binance concordou em pagar uma multa de US$ 4,3 bilhões por violar regras de sanções e lavagem de dinheiro nos EUA, onde o ex-CEO e fundador exchange, Changpeng “CZ” Zhao, aguarda sentença e anunciou planos de uma nova plataforma de educação online, a Giggle Academy.
“A Binance está totalmente comprometida com compliance e tornou público como avalia os usuários finais que podem acessar a plataforma Binance”, disse a exchange em resposta à Bloomberg. “Ao tornar seu padrão transparente, a Binance dá clareza às empresas que desejam acessar sua liquidez líder de mercado.”
Na Nigéria, a corretora cripto continua na mira de autoridades. Um tribunal nigeriano ordenou que a Binance forneça à Comissão de Crimes Econômicos e Financeiros da Nigéria (EFCC) informações abrangentes sobre todas as pessoas do país que negociam na plataforma, de acordo com reportagem do jornal local Peoples Gazette.
Cartas de ex-clientes da FTX
Enquanto o fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, aguarda sua sentença na semana que vem, o Departamento de Justiça dos EUA aproveitou para divulgar declarações de ex-clientes no mundo todo que perderam dinheiro com o colapso da exchange cripto no fim de 2022.
“Me encontro em uma situação financeiramente precária”, dizia uma carta. “Como requerente de restituição, minha renda é inexistente há mais de um ano e minhas circunstâncias são agravadas pela minha atual situação de desemprego (…)”.
Vários outros entrevistados disseram que estão desempregados por problemas de saúde e que dependiam dos fundos que mantinham na FTX, segundo o CoinDesk.
Nos próximos meses, chega ao Brasil a edição em português sobre a trajetória do fundador da FTX, escrita pelo jornalista Michael Lewis, também autor do best-seller “A Jogada do Século”. O novo livro “Sem Limites – Ascensão e Queda de Sam Bankman-Fried” será publicado pela editora HarperCollins, informou o jornal O Globo.
Outros destaques desta terça
O Banco Central comunicou o vazamento de dados pessoais vinculados a mais de 46 mil chaves Pix sob a responsabilidade da Fidúcia Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte Limitada (Fidúcia). De acordo com a Agência Brasil, esse foi o sexto vazamento de dados desde o lançamento do sistema instantâneo de pagamentos, em novembro de 2020.
O BC explicou que o incidente ocorreu devido a falhas pontuais em sistemas da instituição de pagamento, mas comprometeu apenas dados cadastrais, sem afetar a movimentação de dinheiro. Dados protegidos pelo sigilo bancário, como saldos, senhas e extratos, não foram expostos.
A Bitcoin Virtual Machine (BVM), um projeto de segunda camada do BTC, lançará em breve uma plataforma que permite aos usuários criar modelos de inteligência artificial, disse o desenvolvedor punk3700 ao CoinDesk nesta terça-feira (19). A nova ferramenta, chamada Truly Open AI, vai possibilitar o uso de modelos de IA na blockchain para aplicações cripto. O desenvolvedor disse que Filecoin, Near, Avail, Polygon e Syscoin fornecerão as camadas de armazenamento para os modelos de inteligência artificial.
NodeMonkes, um projeto de tokens não fungíveis (NFTs) baseado no protocolo Ordinals da rede Bitcoin, chegou a ultrapassar a capitalização de mercado da coleção Bored Ape Yacht Club, com 7.300 BTC (US$ 490 milhões) em comparação com 136.500 ETH do Bored Ape (US$ 483 milhões). A coleção dos Bored Apes recuperou a liderança em termos de capitalização, mas com uma diferença inferior a US$ 30 milhões, informou o Decrypt.
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