Recentemente, provocado por uma discussão aberta no LinkedIn por José Alexandre Freitas, presidente da Oliveira Trust – e meu amigo –, sobre o avanço da inteligência artificial (IA) no mercado de trabalho do setor financeiro, fui inspirado a refletir sobre como essa tecnologia impacta profundamente o nosso mercado.
No mercado financeiro, a IA já se estabeleceu como um instrumento poderoso, mas seu verdadeiro efeito sobre a empregabilidade e as práticas de mercado está apenas começando a se desenrolar.
Estamos diante de uma transformação que exige não apenas adaptação, mas uma visão clara de como queremos integrar a IA sem comprometer os valores fundamentais, como segurança e transparência, do setor.
Além da automação: IA como aliada estratégica
Falamos bastante sobre a IA substituindo tarefas repetitivas e operacionais. Isso é real, mas é apenas a ponta do iceberg.
Ferramentas de IA, hoje, são capazes de realizar análises complexas, interpretar vastas quantidades de dados e oferecer recomendações em tempo real, auxiliando em tudo, desde a gestão de ativos até o atendimento ao cliente.
Mas, à medida que a tecnologia se aprimora, não podemos esquecer que ela é uma extensão da nossa capacidade de análise, não uma substituta do pensamento humano.
Para nós, que atuamos em um mercado financeiro que valoriza a confiança e a transparência, a IA é uma aliada para melhorarmos processos, mas sem comprometer o fator humano.
No contexto da Liqi, por exemplo, a IA pode ser uma força multiplicadora na construção de soluções financeiras tokenizadas com a infraestrutura da blockchain, simplificando operações e otimizando a experiência de investidores, sem substituir a expertise que a equipe traz para cada projeto.
Regulamentação e Ética: pilares para a IA no setor financeiro
Um ponto crucial é a necessidade de regulamentação específica para a IA em nosso setor.
A implementação de IA para tarefas mais sensíveis, como a gestão e a consultoria de investimentos, levanta questões éticas e operacionais.
A tecnologia pode sugerir carteiras personalizadas em instantes, mas o investidor precisa ter clareza sobre os critérios que embasam essas recomendações.
É aqui que as responsabilidades dos criadores e implementadores de IA entram em cena.
No post, Freitas pontuou bem sobre a importância de padrões claros e transparência, e eu acrescentaria que cabe a nós, que participamos ativamente desse mercado, promover diretrizes que assegurem a conformidade com a LGPD, a segurança dos dados e a consistência das informações.
A experiência com a Liqi nos mostra que, com o alinhamento certo entre regulamentação, blockchain e tecnologia, podemos criar soluções inovadoras e ao mesmo tempo manter a confiabilidade do mercado.
Uma nova era de colaboração
A IA não deve ser vista como uma ameaça direta aos empregos, mas sim como uma oportunidade de evolução nas funções que hoje compõem o mercado financeiro.
Funções tradicionais, como a análise de crédito e a gestão de riscos, certamente passarão por uma transformação, mas a experiência humana ainda é insubstituível.
Em vez de focar na possível redução de postos de trabalho, acredito que é mais produtivo explorar como a IA pode elevar a qualidade do trabalho humano, permitindo que analistas, gestores e consultores se concentrem em decisões estratégicas, onde seu julgamento e expertise fazem a diferença.
Um ponto importante que buscamos na Liqi é desenvolver soluções que combinem a eficiência da blockchain com o toque humano. A mesma coisa deve ser pensada para as IAs.
A IA não reduz o papel do profissional; ela potencializa sua capacidade de enxergar além dos dados brutos, identificando padrões e oportunidades que podem agregar valor para o investidor e para o mercado como um todo.
O papel fundamental da educação no uso seguro da IA
Investir em educação nunca foi tão urgente. Ao passo que a IA torna o mercado de capitais mais acessível e inclusivo, ela também demanda que os investidores compreendam os fundamentos das tecnologias que estão usando.
Um investidor bem-informado é menos suscetível a seguir promessas ilusórias de alta rentabilidade oferecidas por plataformas de IA e mais apto a entender os riscos envolvidos. No ambiente digital, conhecimento é poder.
Para o setor financeiro, educar os profissionais e os investidores sobre o uso responsável e ético da IA é uma maneira de garantir que esta revolução traga benefícios sustentáveis.
Precisamos levar essa responsabilidade a sério, pois a combinação entre tecnologia avançada e uma base sólida de conhecimento é o que realmente prepara o mercado para um futuro mais dinâmico e seguro.
Integrando IA e mercado financeiro
A IA está, sem dúvida, redesenhando o mercado financeiro e de capitais, mas a chave para seu uso eficaz reside no equilíbrio entre inovação e responsabilidade.
Acredito que, ao trabalhar em parceria com regulamentadores e educar continuamente os participantes do mercado, estamos pavimentando o caminho para um futuro onde a IA amplifique as capacidades humanas, em vez de substituí-las.
No fim, a tecnologia é apenas uma ferramenta – é o uso que fazemos dela que realmente moldará o futuro do mercado financeiro.
Para aqueles que, como nós, estão comprometidos em liderar essa jornada de transformação, o foco permanece claro: adotar a IA com ética, investir em educação e construir uma infraestrutura que possibilite um crescimento sustentável, transparente e acessível.
Sobre o autor
Daniel Coquieri é CEO da empresa de tokenização de ativos Liqi Digital Assets. Empreendedor do ramo da tecnologia, foi fundador da BitcoinTrade, uma das maiores corretoras de criptomoedas do Brasil.
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O post Inteligência Artificial vai substituir os profissionais do mercado financeiro? | Opinião apareceu primeiro em Portal do Bitcoin.