O Butão, país asiático situado entre China e Índia considerado um gigante na mineração de Bitcoin, poderá ver em breve um crescimento na atividade cripto na casa de seis vezes.
O aumento na capacidade de mineração virá através de ações de infraestruturas que serão criadas a partir de uma parceria entre braço de investimentos do governo de Butão, Druk Holding & Investments (DHI), e a Bitdeer Technologies Group, empresa de mineração listada na Nasdaq.
O valor da empreitada será de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões), segundo uma publicação do Bloomberg, com a expectativa de fechar o orçamento até julho deste ano.
O objetivo da parceria é aumentar de forma planejada a operação de mineração de Bitcoin para ajudar a compensar o impacto na receita após o halving, que vai cortar pela metade as recompensas pagas aos mineradores. Previsto para acontecer por volta de 20 de abril, a rede do Bitcoin vai pagar aos mineradores 3,125 BTC por bloco minerado, ante os atuais 6,25 BTC.
O plano de Butão é aumentar a capacidade de mineração por meio da introdução de hardware de ponta para “encarar” a dificuldade de mineração. Se implementadas, as atualizações aumentarão a capacidade de mineração local em 500 megawatts até o primeiro semestre de 2025, segundo o diretor de negócios da Bitdeer, Matt Linghui Kong, o que elevaria a capacidade total do Butão para 600 megawatts.
O capital será retirado de um fundo que a parceria começou a levantar em maio do ano passado, quando revelaram planos para aproveitar a abundante energia hidrelétrica do Butão para a mineração de Bitcoin.
Os custos de computação estão aumentando devido ao aumento na dificuldade de mineração do Bitcoin, uma medida de quanto poder de computação é necessário para adicionar um novo bloco à rede. A dificuldade da rede atingiu níveis recordes antes do halving, compensando alguns dos ganhos da alta dos preços.
Mineração de Bitcoin no Butão
Há tempos o Butão procura diversificar a sua economia dependente da energia hidroeléctrica — o país tem quase toda sua energia gerada por hidrelétricas, o que é considerado uma produção mais sustentável do que com combustíveis fósseis.
Além disso, aponta que as montanhas da cordilheira do Himalaia são frias o ano todo, o que facilita sediar uma operação de mineração, que em geral gasta muito em ar-condicionado para manter a temperatura fria ideal.
O DHI vê a tecnologia blockchain como uma parte central dos esforços para construir um ecossistema de inovação para uma economia inicial. Por isso, o país vem minerando Bitcoin desde que preço estava em US$ 5 mil.
O governo vende boa parte dos bitcoins que minera para pagar pela operação e manutenção das máquinas, mas guarda uma parte como reserva de valor.
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