O ex-executivo da FTX, Ryan Salame, recebeu algumas horas para se apresentar à prisão na sexta-feira (11), sendo ordenado a se entregar depois que o juiz distrital dos EUA, Lewis Kaplan, questionou sua narrativa contínua sobre ter sofrido uma mordida de cachorro.

No início desta semana, Salame pediu mais tempo para receber tratamento médico, afirmando que ainda está se recuperando de ferimentos sofridos, incluindo uma mordida de cachorro em junho. Quando ele pediu pela primeira vez o adiamento ao tribunal, meses atrás, esse pedido foi concedido, adiando sua entrega programada.

Na decisão de duas páginas do juiz Kaplan, ele escreveu que Salame já “se beneficiou de adiamentos extremamente generosos”. Questionando a veracidade de declarações anteriores, ele determinou que Salame deveria se apresentar as autoridades até às 14h (horário do leste dos EUA) de sexta-feira.

O governo se opôs ao pedido mais recente de Salame, argumentando que o ex-executivo parecia “ter se recuperado substancialmente” de seu encontro com o cachorro em uma conferência no tribunal no mês passado. O tratamento e a cirurgia que ele agora busca “parecem ser em grande parte cosméticos e não urgentes”, acrescentaram, afirmando que ele parecia “sem limitações” durante uma entrevista recente com Tucker Carlson.

Embora postada na quinta-feira (10), a entrevista gravada com Carlson (assista abaixo) parecia ser de várias semanas atrás, já que Salame discutia que estava considerando apelar de sua confissão de culpa após as acusações contra sua parceira, Michelle Bond — esse caso foi julgado em agosto. Ele também especulou sobre a sentença de prisão da ex-CEO da Alameda Research, Caroline Ellison, que foi sentenciada em 24 de setembro.

O juiz Kaplan condenou Salame a 90 meses de prisão em maio. Pouco antes do julgamento do fundador e ex-CEO da FTX, Sam Bankman-Fried, no ano passado, Salame fez um acordo judicial, declarando-se culpado de violações das leis de financiamento de campanha e operação de um negócio de transmissão de dinheiro sem licença.

Embora a sentença de Salame tenha sido bem menor do que os 25 anos de prisão que Bankman-Fried recebeu por fraude e lavagem de dinheiro, o procurador dos EUA, Damian Williams, disse que Salame, um dos ex-tenentes da FTX, cometeu crimes graves para acumular “influência política ilegal”.

Salame não testemunhou contra Bankman-Fried, ao contrário de Ellison, a ex-CEO da Alameda Research, a empresa irmã da FTX que fraudava clientes. Embora sua cooperação com a investigação do governo tenha sido levada em consideração, ela ainda foi condenada a dois anos de prisão no mês passado.

Em uma postagem não convencional na plataforma de rede social voltada para o mercado de trabalho, LinkedIn, Salame anunciou uma mudança de vida no início desta semana. “Estou feliz em compartilhar que estou começando um novo cargo como [um] detento no FCI Cumberland”, escreveu o ex-co-CEO da subsidiária da FTX nas Bahamas.

Ao longo das consequências da FTX, Salame manteve que foi “enganado” por Bankman-Fried, que entrou com um recurso em setembro, alegando que foi “presumido culpado” no julgamento.

No entanto, os promotores contestaram essa ideia, destacando um saque de US$ 5 milhões que Salame fez da FTX quando a empresa estava à beira da falência há quase dois anos. E sua prisão iminente decorre de uma conspiração para fazer contribuições políticas ilegais e fraudar a Comissão Eleitoral Federal.

O ex-executivo, que em breve seguirá os passos de seu ex-chefe, tem mostrado um comportamento irreverente online. Recentemente, vestindo um uniforme de prisão, cavanhaque e uma tatuagem no rosto em sua foto de perfil no Twitter (agora X), o ex-executivo expressou preocupação com sua sequência de vitórias no jogo Wordle na quinta-feira.

*Traduzido com autorização do Decrypt.

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