O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, foi libertado da prisão no Reino Unido na segunda-feira (24) após chegar a um acordo com a Justiça dos Estados Unidos para se declarar culpado de acusações de espionagem.
Após passar anos na embaixada do Equador para fugir da extradição para a Suécia, Assange foi preso em 2019 no Reino Unido. Ele foi liberado na manhã de segunda, mas sua soltura só se tornou pública durante a noite, quando os documentos da Justiça americana se tornaram públicos.
Assange é acusado de conspiração para obter informações confidenciais devido a um caso em que o WikiLeaks divulgou milhares de documentos revelando ataques americanos contra civis no Iraque e no Afeganistão.
“Julian Assange está livre. Ele deixou a prisão de segurança máxima de Belmarsh na manhã de 24 de junho, depois de ter passado 1.901 dias lá”, disse o perfil oficial do Wikileaks no X (antigo Twitter).
“Este é o resultado de uma campanha global que abrangeu organizadores de base, defensores da liberdade de imprensa, legisladores e líderes de todo o espectro político, até às Nações Unidas”, explicou a página, dizendo ainda que o acordo com a Justiça dos EUA “ainda não foi formalmente finalizado” e que mais informações serão divulgadas em breve.
Durante a sua batalha legal com os governos dos EUA e do Reino Unido, os apoiantes de Assange e do Wikileaks recorreram a uma Organização Autônoma Descentralizada (DAO) para ajudar a angariar fundos para a sua luta legal, angariando mais de 16.500 ether – mais de US$ 55,2 milhões atualmente – para a sua defesa.
Nesta terça, após a liberação de Assange, o token JUSTICE da DAO registra ganhos de quase 100%, cotado a US$ 0,00051.
Assange deverá comparecer nesta quarta-feira (26) em um tribunal nas Ilhas Marianas, um território norte-americano no Oceano Pacífico. Lá, ele deve se declarar culpado do crime de conspiração para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais da defesa nacional dos EUA.
Em seguida, Assange, que é australiano, poderá regressar à Austrália, país que há meses exige seu retorno.
Wikileaks e as criptomoedas
A relação entre Wikileaks, Julian Assange e criptomoedas é algo de longa data. Em entrevista em 2014, o criador do site disse que o Bitcoin (BTC) e o Wikileaks ajudaram um ao outro a se manterem vivos.
Segundo Assange, o portal evitou adotar o BTC em seu início para fugir de uma possível perseguição do governo que, inclusive, poderia restringir o crescimento da própria criptomoeda. Um tempo depois, porém, enfrentando um bloqueio financeiro, o Wikileaks passou a aceitar Bitcoin para receber doações.
Em 2017, quando circularam rumores de que Assange estava morto, ele leu o último hash do bloco Bitcoin como uma prova de vida.
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