O FBI está acusando Adam Iza, também conhecido como “O Poderoso Chefão”, de operar um esquema de extorsão contra investidores de criptomoedas e outras pessoas. Na folha de pagamento do suspeito estão policiais de Los Angeles, que colaboravam com os crimes.
Um dos documentos ficou público nesta sexta-feira (27), apontando diversas provas contra Iza. O suspeito é fundador da Zort, uma plataforma de negociação de criptomoedas que também foi usada no esquema, principalmente para lavagem de dinheiro e evasão fiscal.
O apelido de Iza é inspirado em um livro sobre a máfia italiana nos EUA que se passa na década de 40. Mais tarde o livro foi transformado em uma trilogia de filmes de sucesso.
Suspeito subornava policiais para participar de esquema de extorsão
Hoje a maior preocupação dos investidores de criptomoedas são hacks online. No entanto, o crescimento no número de crimes no mundo real tem chamado a atenção.
No caso apresentado pelo FBI, o suspeito tinha até mesmo policiais em sua folha de pagamento. Em trechos de conversas publicadas no processo, Adam Iza até mesmo se gaba disso.
“Está feito. É por isso que eu pago US$ 280 mil por mês para a polícia.”
Outra captura de tela mostra Iza enviando a foto de uma pessoa sendo presa após enviar emojis de risada.
“Perdedor sem valor. Parabéns pela prisão por crime relacionado a drogas.”
Segundo investigação do FBI, as autoridades encontraram duas bolsas no veículo abordado e prenderam o homem por posse de drogas. No entanto, o FBI alega que elas foram encontradas no veículo que pertencia a uma mulher que o dirigia, mas que ela não foi detida.
Tal abordagem policial se seguiu após esse homem ser pago para organizar uma festa de aniversário para Iza, que mais tarde pediu reembolso de metade do pagamento de US$ 50.000.
Após recusar o reembolso, a vítima teve armas apontadas para si pelos guarda-costas de Iza até que seu celular fosse desbloqueado. O suspeito tirou fotos de documentos da vítima, desde carteira de motorista, passaporte e cartões de crédito.
Ainda sob posse do celular da vítima, Iza realizou diversas transferências monetárias a partir dele nos dias seguintes.
Outra vítima sofreu ameaça de morte
Outra vítima, identificada pelas iniciais E. Z., sofreu até mesmo ameaças de morte por Adam Iza caso não entregasse seu computador pessoal.
“[…] me disse para enviar uma mensagem para você, eles sabem E. está vivendo [na rua …] Eles estão a caminho agora. Diga a […] para entregar o laptop e o telefone, e ele viverá, caso contrário, ele morrerá esta noite.”
Em outra conversa, a vítima recebe fotos de seus familiares e de seu próprio carro, com Iza afirmando saber detalhes sobre sua vida. Segundo o FBI, um dos policiais listou o telefone da vítima a uma investigação sobre armas de fogo para obter “informações de rastreamento por GPS que identificaram a residência da vítima”.
Em outra conversa, Iza envia uma foto chamando os policiais de “peões”, afirmando que “a pessoa que está executando o mandado tem autoridade federal”.
No dia 30 de março de 2022, três suspeitos armados tentaram invadir a casa dessa vítima, forçando a entrada. A vítima atirou duas vezes na direção dos suspeitos e então denunciou a invasão à polícia.
Adam Iza, o “Poderoso Chefão”, é acusado de diversos outros crimes
Outra acusação é que Adam Iza operou um esquema de lavagem de dinheiro envolvendo sua plataforma de criptomoedas, a Zort. O esquema utilizava anúncios do Facebook e teria rendido milhões de dólares não declarados entre 2020 e 2022.
“De acordo com T.H., em várias ocasiões, Iza e T.H. pagaram funcionários do Facebook para desbloquear ou “colocar na lista branca” contas de anúncios que publicavam conteúdos que violavam as regras de publicidade do Facebook.”
Finalizando, o FBI afirma que Iza utilizava o dinheiro para ostentar, alugando carros de luxo, desde uma Ferrari 488 Pista até uma Lamborghini Aventador SVJ em nome de sua empresa, e outros itens.
O suspeito viajou dos EUA para os Emirados Árabes Unidos em julho de 2024 e não retornou desde então. Os policiais também estão sendo investigados, mas não tiveram seus nomes citados no documento.
Fonte: Conhecido como “O Poderoso Chefão”, americano é acusado de pagar policiais para extorquir investidores de criptomoedas
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