Bluesky, a alternativa descentralizada ao X (antigo Twitter) – cofundada pelo ex-CEO do Twitter, Jack Dorsey – ganhou grande destaque no Brasil, conquistando a impressionante marca de 1 milhão de novos usuários em apenas três dias. O aumento ocorreu após a suspensão do X por ordem judicial do Supremo Tribunal Federal.
O rápido influxo de usuários brasileiros foi mais do que bem recebido pela plataforma de redes sociais.
“Boas-vindas ao milhão de novos usuários nos últimos três dias”, a plataforma disse no que também é o post mais curtido de todos os tempos. “Este é agora um aplicativo brasileiro”, respondeu – apenas em português.
A entrade de novos usuários causou alguns problemas técnicos, com um engenheiro de back-end do Bluesky relatando na segunda-feira (2) que o serviço teve uma carga de servidor 20 vezes maior do que o normal. O painel público de métricas do Bluesky do engenheiro mostra que agora há quase 7,8 milhões de usuários registrados.
A funcionalidade do Bluesky é muito parecida com a do X, oferecendo aos usuários a capacidade de publicar atualizações de texto de até 300 caracteres, compartilhar fotos e republicar conteúdo. Suas origens remontam a um projeto interno do X, liderado por Jack Dorsey em 2019. A plataforma se tornou independente em 2021.
O registro no Bluesky, que anteriormente exigia um código de convite, foi totalmente aberto ao público em fevereiro.
O Supremo Tribunal Federal do Brasil manteve por unanimidade a proibição do X na segunda-feira, citando o fato de Elon Musk não ter cumprido ordens judiciais para remover conteúdo considerado ilegal e nomear um representante legal com sede no país — algo que ele fez após solicitações de outros países. A decisão do Tribunal efetivamente fechou o sexto maior mercado global do X, que contava com 21,5 milhões de usuários, de acordo com o Statista.
Os usuários brasileiros que tentarem contornar a suspensão do X por meio de VPNs também enfrentarão penalidades severas. O Tribunal impôs uma multa diária de R$ 50 mil para essas tentativas, com a possibilidade de acusações criminais.
Enquanto isso, o valor corporativo do X despencou 72% desde a aquisição de Elon Musk, de acordo com a última avaliação da Fidelity. Conforme relatado pelo The Information, a Fidelity rebaixou a plataforma de redes sociais de Musk para US$ 15 por ação, muito menos do que os US$ 54,20 por ação que Elon pagou para comprar a empresa em 2022.
As implicações financeiras do declínio do X vão além do próprio Musk. A compra de US$ 44 bilhões, financiada por uma combinação do patrimônio pessoal de Musk, empréstimos bancários e investimentos de vários parceiros, resultou em perdas de bilhões de dólares para os envolvidos.
Enquanto o X enfrenta desafios legais e perdas financeiras, o Bluesky está se adaptando rapidamente ao seu novo público. A plataforma começou a publicar conteúdo em português e a fornecer tutoriais traduzidos para seus novos usuários.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, redirecionou seus seguidores para plataformas alternativas, incluindo a Bluesky e a Threads do Meta. Sua última publicação no X foi feita em 30 de agosto.
*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.
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