O diretor-executivo do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, surpreende ao contradizer suas posições anteriores e expressar opiniões positivas sobre o Bitcoin
O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, apoia o direito dos cidadãos de comprar Bitcoin, apesar das preocupações com atividades criminosas. Ele compara isso ao direito de fumar um cigarro.
O discurso atual do executivo contrasta fortemente com sua declaração anterior ao Comitê Bancário do Senado em dezembro, quando afirmou que, se estivesse no governo, fecharia tudo relacionado a cripto.
Na época, ele argumentou que os principais usos da moeda digital incluem atividades como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, evasão fiscal e tráfico sexual – uma crença que ele ainda mantém. “Quando os governos veem tudo isso, por que eles toleram?” ele questionou novamente esta semana. Ele não está sozinho em suas opiniões: muitos políticos democratas de alto escalão, incluindo a senadora Elizabeth Warren e o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (SEC), Gary Gensler, também citaram o tráfico de drogas e o financiamento do terrorismo como principais preocupações relacionadas ao Bitcoin.
Dados recentes da Chainalysis indicam que o volume de transações criptográficas ilícitas representou apenas 0,34% do total no ano passado. Críticos, como o ex-líder de fiscalização da SEC, John Reed Stark, argumentam que a metodologia da Chainalysis é falha e que o crime baseado em criptografia é muito maior do que nas finanças tradicionais. Mesmo o CEO da MicroStrategy, Michael Saylor, um dos maiores proprietários de Bitcoin do mundo, afirma que a maior parte do “anátema” em torno do Bitcoin está relacionada à sua caracterização como moeda, em vez de propriedade.
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Segundo Saylor em uma entrevista à CNBC na segunda-feira:
Não precisa ser uma moeda. Ninguém está tentando comprar uma xícara de café com uma fração do seu prédio na Quinta Avenida.
Bitcoin ainda é um mau investimento, diz Dimon
Após o depoimento de Dimon no Congresso, uma parte significativa da negociação de Bitcoin migrou para trilhos tradicionais por meio de novos ETFs de Bitcoin nos EUA. Esses ETFs já absorveram mais de US$10 bilhões em entradas líquidas, elevando o preço do ativo acima de seu antigo máximo histórico de US$69.000.
Apesar disso, Dimon ainda considera o Bitcoin pouco mais do que uma “pedra de estimação”. Ele expressou preocupação com os recentes ganhos do BTC e do ouro, acreditando que ambos podem estar em uma bolha especulativa, pois não tem certeza de que o mundo seja tão seguro ou livre de riscos.
Acrescentou Dimon:
Pessoalmente, nunca comprarei Bitcoin e acho que é um risco se você for um comprador.
No momento da edição deste artigo, o Bitcoin é negociado a US$ 72.140, com queda de 1,45% nas últimas 24 horas e alta de 13,05% se comparado com a semana anterior, segundo a CoinMarketCap.