O Bitcoin (BTC) superou a marca de R$ 400 mil pela primeira vez nesta terça-feira (29), marcando um novo recorde em reais para a maior criptomoeda do mundo, acumulando no ano ganhos de 100% até o momento. E a alta parece não ter fim.
Essa marca é resultado não só da alta do próprio Bitcoin, que em dólar também se aproxima de sua máxima histórica, mas da moeda americana, que atingiu na segunda-feira (28) seu maior valor ante o real desde o início de agosto: R$ 5,708.
Em dólar, o BTC superou o nível de US$ 72 mil e está perto de atingir os US$ 73,7 mil, seu maior preço na história, atingido em março deste ano. Às 14h30 (horário de Brasília), o Bitcoin era cotado a US$ 72.770, enquanto em reais seu valor era de R$ 416.377, segundo dados do Índice de Preço do Bitcoin (IPB).
Segundo André Franco, head de research do Mercado Bitcoin (MB), agora é “muito provável” que o Bitcoin atinja sua máxima em dólares também, que só não deve ocorrer se acontecer algo “mais delicado no mercado como um todo”.
“Se acontecer uma tragédia ou alguma coisa assim [o BTC não atinge a máxima], mas se tivermos esse cenário positivo aqui pela frente, eu acho que a gente deve atingir um all-time-high próximo dos US$ 74 mil logo”, avalia.
Já Paula Reis, analista parceira da Ripio, destaca que o preço do Bitcoin deve continuar crescendo frente ao real no médio prazo. “Isso ocorre, porque, no geral, o dólar está em tendência de alta versus as principais moedas, inclusive o real, que segue se desvalorizando”, explica.
Segundo ela, analisando o índice DXY, que mede a força do dólar, há uma tendência de alta desde 27 de setembro, cotado a 104,01 neste momento, com alvo em 105,45 no médio prazo.
“Analisando o dólar futuro negociado no Brasil, tenho expectativa dele continuar a subir até a faixa de R$ 5,86 a R$ 5,90 no médio prazo”, afirma Reis. O dólar nesta terça está cotado a R$ 5,751.
Aumento da volatilidade
Já Beto Fernandes, analista da Foxbit, apesar do otimismo, comenta que o investidor precisa se preparar para um aumento de volatilidade do Bitcoin por conta da agenda de indicadores e também da eleição presidencial nos EUA, que ocorre na próxima terça-feira (5).
“Esses elementos podem oscilar o humor do investidor que, hoje, está voltado para o risco. O que pesa a favor de uma continuação da alta é que a demanda pela criptomoeda está forte há, pelo menos, três semanas”, afirma ele.
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A recente alta do Bitcoin é comprovada também pela melhora dos fluxos para os ETFs da criptomoeda negociados nos EUA, que registraram entradas líquidas de US$ 479,3 milhões na segunda, a melhor captação vista nas últimas duas semanas.
“Diversos fatores apoiam o potencial de alta do Bitcoin, especialmente o esperado corte de juros pelo Federal Reserve dos EUA. O mercado mais amplo espera uma redução de 25 pontos-base em 7 de novembro, o que diminuiria as taxas para a faixa de 4,5% a 4,75%, refletindo a necessidade de ajustes para estabilizar o crescimento econômico”, afirmou Ryan Lee, analista-chefe de pesquisa da Bitget, ao The Block.
Além da eleição presidencial, ocorre na quarta (6) e quinta (7) a reunião do FOMC, adiada em um dia por conta do pleito. Depois de reduzir os juros no último encontro, a expectativa é que os cortes continuem, o que tende a favorecer ativos de risco, como criptomoedas.
Hora de comprar?
Quanto à possibilidade de comprar Bitcoin agora, geralmente quando um ativo atinge uma máxima, não é considerado o melhor momento. No caso do Bitcoin, porém, há grande expectativa de continuidade nos ganhos. Por isso, Beto Fernandes avalia que essa decisão é subjetiva.
“Muitos podem achar o Bitcoin caro em R$ 400 mil. Porém, o Bitcoin também estava ‘caro’ em R$ 350 mil para alguns. Então, a decisão depende do gerenciamento de risco de cada um. Mas, historicamente, são poucos os momentos em que o Bitcoin fica caro, ainda mais se as compras forem baseadas nos ciclos de mercado”, afirma o analista da Foxbit.
Para Paula Reis, da Ripio, uma análise gráfica dos preços indica que o Bitcoin deve em breve alcançar o nível de US$ 80 mil, equivalente a cerca de R$ 450 mil na cotação em reais, no médio prazo. Isso sugere que, mesmo comprando Bitcoin no patamar atual, investidores podem continuar acumulando lucros no futuro, à medida que a criptomoeda mantém seu movimento de alta sem sinais de desaceleração.
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