O mês de setembro é tradicionalmente um período de um mercado cripto menos aquecido, puxado para baixo pelo desempenho do Bitcoin: os dados mostram uma taxa média de desvalorização de 6,56% da principal criptomoeda no nono mês do ano. Mas isso não significa que não existem expectativas de altas e valorizações. 

O Portal do Bitcoin entrevistou analistas para saber quais as criptomoedas têm indicadores mais fortes para um mês de setembro com bom desempenho.

Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH)

O Bitcoin está entre um dos candidatos. “Ainda estamos na Bitcoin Season”, afirma Rony Szuster, analista do Mercado Bitcoin (MB), que lembra que a dominação do BTC no mercado continua aumentando.  

“As entradas dos ETFs estão muito fortes, com semana passando de US$ 500 milhões de entradas. Isso é muito mais do que se esperava antes do lançamento dos ETFs”, diz. 

Beto Fernandes, analista da Foxbit, ressalta que há um gatilho muito importante por vir: o possível corte de juros nos Estados Unidos em setembro. “Se isso acontecer, há uma perspectiva de que os investidores se voltem ao risco e mirem parte de suas aplicações na moeda digital. Esse impulso pode repercutir nos ETFs, o que sinalizaria uma entrada de capital institucional ainda mais expressiva”, aponta.

A segunda maior criptomoeda do mercado, o Ethereum (ETH), também está na lista de Fernandes: “O desempenho real dos ETFs à vista ainda é uma incógnita. Os saques do fundo da GrayScale continuam acontecendo, em um movimento semelhante ao que foi com os ETFs de Bitcoin. Se o corte de juros repercutir em fluxo de capital para o ETH, assim como se espera para o BTC, há uma boa expectativa de aumento de preços. Mas tudo isso vai depender deste equilíbrio entre entrada e saída”.

Solana (SOL)

Szuster afirma que a Solana é uma candidata de valorização pela expectativa em torno da Breakpoint, maior conferência do mundo sobre a blockchain e que irá ocorrer nos dias 20 e 21 de setembro em Singapura.

“Devem ser anunciadas diversas novas funcionalidades. A mais esperada é o novo client da Jump, o Firedancer, que pode aumentar a quantidade de transações que a rede pode processar em mais de dez vezes, podendo chegar até cem vezes”, diz.

Toncoin (TON)

Beto Fernandes aponta que a Toncoin (TON) ainda tem expectativa de alta, mesmo com as quedas recentes. “O mercado está apontando que a plataforma pode ser responsável por levar a indústria cripto a alcançar seu primeiro bilhão de usuários. Em meio a isso, a atividade dentro da rede está crescendo rapidamente, com quase mil novos endereços ativos por dia, o que é quase sete vezes maior do que em 2021”, afirma.

Synthetix (SNX) 

Szuster analia que o ativo deve subir com a atualização que será anunciada em setembro e que, além disso, é uma rede associada ao Bitcoin e pode se beneficiar de uma eventual alta do BTC. 

A corretora Coinext divulgou um relatório também apontando a Synthetix (SNX) como bem posicionada para uma alta. “O protocolo anunciou uma atualização, trazendo seu ativo também para a rede Arbitrum e incluindo os chamados Chainlink Data Streams. Eles são oráculos que têm como foco entregar dados on-chain verificados com uma frequência mais alta e menor latência”. 

Segundo os analistas da empresa, isso melhorará o acesso aos dados de mercado em tempo real para a Synthetix, facilitando as negociações em sua plataforma. 

Além disso, segundo dados do portal AMB Crypto, houve um aumento de cerca de 490.000 SNX entre os endereços de varejo na plataforma. Tudo isso, aliado a um crescimento de cerca de 8% no preço do ativo na última semana, coloca o SNX como um ativo a ser observado em setembro.

Arbitrum (ARB)

Sobre a Arbitrum, Beto Fernandes lembra que a rede está próxima de aprovar o staking de ARB, que tende a promover mais incentivo para o uso da plataforma. “O protocolo ainda anunciou o investimento de US$ 24 milhões para realizar a tokenização de RWA. Além disso, duas parcerias importantes foram firmadas. A primeira delas é que a gestora Franklin Templeton escolheu a Arbitrum como rede principal para suas tokenizações, enquanto a Circle se uniu ao projeto para permitir o pagamento das taxas da rede com a stablecoin USDC”.

RIO (RIO)

“Ativo de Real World Asset [ativos do mundo real, na tradução em português]. Estamos bullish para esse segmento ao longo do ano inteiro, mas principalmente nos últimos tempos. Parece que a BlackRock está investindo ainda mais no seu fundo focado em RWA”, afirma Rony Szuster.

Tron (TRX)

Beto Fernandes lembra que a TRX assumiu o posto da décima maior capitalização de mercado entre as criptomoedas, superando a Cardano (ADA). “Parte dessa animação passa pela emissão de mais de US$ 1 bilhão nas stablecoin USDT pela Tether. Com taxas mais baratas e transações rápidas, os investidores especulam que este pode ser um sinal antecipado de novos ganhos para a Tron e todo o mercado cripto”, disse Fernandes.

Avalanche (AVAX)

O relatório da Coinext aponta que em julho, o token AVAX valorizou-se após o anúncio de uma parceria com o RPG pós-apocalíptico ChronosWorlds. Ao anunciar a parceria, a plataforma que desenvolveu o jogo destacou o crescente interesse em utilizar plataformas de blockchain robustas e estáveis, como a Avalanche, para aplicações de jogos, e confirma a fala de Sharif-Askary sobre o projeto se destacar por suas parcerias. 

Logo após o anúncio do lançamento do fundo, a criptomoeda teve uma alta semanal de 30%. Outro ponto que influenciou esse aumento e mostra o interesse institucional na rede da Avax Labs é que, segundo relatório da Crypto News Flash (CNF), Franklin Templeton está buscando vincular seu fundo, o Franklin Onchain U.S. Government Money Fund (FOBXX), à rede de blockchain Avalanche.

Ainda conforme informações do CNF, baleias de criptomoedas injetaram liquidez recentemente, fazendo com que o preço do AVAX subisse novamente, aumentando cerca de 47% e tocando a resistência semanal de US$ 26 no dia 23 de agosto. Análises mais otimistas afirmam que, em um cenário favorável, o preço do ativo pode chegar a US$ 28.

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