“A gente está aqui com várias startups tentando ser bolsa, [a] bolsa [de valores] é sim lugar de startups”. A fala é de Reinaldo Rabelo, CEO do Mercado Bitcoin (MB), durante sua participação na conferência “Tecnologia e Democratização dos Mercados de Capitais no Brasil”.
O evento, que ocorreu no Auditório Ruy Barbosa Nogueira, da Faculdade de Direito da USP (FDUSP), em São Paulo, na tarde de quarta-feira (15), foi promovido pelo Centro de Regulação e Inovação Aplicada (CRIA) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Rabelo falou no painel “Listagem e negociação de pequenas empresas”, sob mediação de Patrícia Stille, onde um dos assuntos foi sobre a quantidade de empresas brasileiras listadas na B3, sendo elas a minoria dentre 20 milhões de empresas — considerando as Pequenas e Médias Empresas (PMEs).
“Assim como as fintechs promoveram a inovação no mercado financeiro, essas startups que estão aqui vão promover a inovação do mercado de capitais”, acrescentou Rabelo.
Ele também discorreu sobre as iniciativas do MB a partir de 2019, quando a empresa decidiu deixar de ser apenas uma plataforma de negociação para se tornar uma startup focada em novos produtos para o mercado financeiro, cunhando novos termos e serviços, como “renda fixa digital”.
Comentou também sobre o tema, Rodrigo Batista, da Estar, que afirmou que uma das dificuldades das startups é criar liquidez. Acerca de tokenização de ativos, ele disse que “ a gente tá falando em tokenizar o mundo inteiro, mas que há cuidados a serem tomadas na criação de produtos para eles atendam as normas dos reguladores.
Fernando Mota, da B3, discorreu sobre a flexibilização promovida pela entidade, ressaltando que a entidade “abandonou já há algum tempo uma regra de 500 milhões”, mas que “para muita gente esse número que ficou marcado”.
Ele comentou também sobre “cooperação”: “Gosto sempre de dizer que o mercado de valores mobiliários prospera sempre nesses espaços de cooperação — a história da bolsa é cooperação de corretoras ali para um ambiente mais eficiente eu acho que aqui no mundo da tokenização, no mundo do crowdfunding, a gente tem exatamente o mesmo cenário”.
No evento do CRIA, foram discutidos o papel das novas tecnologias, como a blockchain e a tokenização, na transformação e democratização dos mercados financeiros brasileiros.
Participaram representantes de várias entidades, como Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), advogados e especialistas do mercado.
Eles discorreram em uma série de painéis sobre tecnologia e democratização do acesso ao mercado de capitais no Brasil sobre vários temas, como mercado de capitais no campo, securitização e tokenização de ativos.
O evento foi organizado por Ricardo Fernandes Paixão (Coordenador Geral CRIA/IFD); Fábio Rodarte (Pesquisador CRIA/IFD e Advogado no Levy & Salomão); e Thiago Brazolim (Pesquisador CRIA/IFD).
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