O CEO do Polymarket, Shayne Coplan, foi alvo de uma batida policial na quarta-feira (13), de acordo com a confirmação da empresa ao Decrypt, descrevendo-o como vítima de “retaliação política” depois que seu telefone e dispositivos eletrônicos foram apreendidos.

O porta-voz alegou que Coplan está sendo alvo de uma operação depois que o Polymarket “acertou a eleição presidencial de 2024” e que os apostadores na plataforma de mercado de previsão cripto escolheram corretamente uma vitória na Casa Branca para o republicano Donald Trump.

As apreensões, realizadas na quarta-feira em Manhattan, Nova York, foram relatadas pela primeira vez pelo New York Post. A publicação disse que agentes do FBI realizaram a batida, sem fornecer um motivo, e que o CEO de 26 anos não foi preso.

“O Polymarket é um mercado de previsões totalmente transparente que ajuda as pessoas comuns a entender melhor os eventos mais importantes para elas”, disse o porta-voz. “Não cobramos taxas, não assumimos posições de negociação e permitimos que observadores de todo o mundo analisem todos os dados do mercado como um bem público.”

Embora a eleição presidencial dos Estados Unidos tenha sido descrita como uma disputa difícil pelos pesquisadores no dia da eleição, o Polymarket e outros mercados de previsão favoreceram o presidente eleito em relação à vice-presidente Kamala Harris.

Após a vitória esmagadora de Trump, alguns participantes do setor consideraram o momento como uma bola de cristal, enquanto os críticos descartaram as probabilidades do Polymarket como influenciadas por dinheiro estrangeiro.

“Telefone novo, quem está falando?” Coplan publicou no X na noite de quarta-feira após o relatório inicial, aparentemente confirmando a notícia antes da empresa.

Oficialmente fora dos limites para cidadãos dos EUA, o Polymarket parou de operar nos EUA depois de chegar a um acordo de US$ 1,2 milhão com a Comissão de Negociação de Contratos Futuros de Commodities (CFTC) em 2022. A empresa não conseguiu se registrar na CFTC, informou o órgão regulador. No entanto, o mercado de previsão ainda pode ser acessado por norte-americanos usando uma rede privada virtual (VPN).

A Bloomberg informou na quarta-feira que o Departamento de Justiça está investigando o Polymarket por permitir que usuários dos EUA apostem na plataforma, citando uma pessoa familiarizada com o assunto.

Após a recente vitória de Kalshi no tribunal contra a CFTC, que tentou impedir que o mercado de previsões listasse contratos de eventos políticos, várias empresas entraram no espaço. Entre elas estavam o aplicativo de negociação sem comissões Robinhood e a corretora Interactive Brokers.

A CFTC rapidamente entrou com uma apelação contra a decisão de Kalshi, avançando com os esforços para restringir os jogos de azar em eleições políticas. Entre as dúvidas da CFTC, a agência levantou preocupações de que os mercados de previsão têm o potencial de minar a integridade das eleições.

Na quarta-feira, Coplan descreveu no X a batida do FBI como “desanimadora”, chamando-a de “esforço de última hora” para atingir empresas que possam estar associadas a oponentes políticos. Ele enfatizou que a empresa está comprometida em ser uma fonte de informações não partidária.

“Os candidatos deveriam fazer uma autorreflexão e reconhecer que adotar uma abordagem mais favorável aos negócios e às startups pode ser o que teria mudado seu destino nesta eleição”, acrescentou Coplan.

Embora não esteja claro se o ataque a Coplan pode levar a acusações, o porta-voz do Polymarket disse que a empresa está preparada para se defender: “Estamos ansiosos para defender a nós e a nossa comunidade e continuar a ajudar as pessoas comuns a entender eventos mundiais importantes”.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.

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