Zhu Guangyao, ex-vice Ministro das Finanças da China, saiu em defesa do Bitcoin em outras criptomoedas durante apresentação realizada em um Fórum sobre economia no último sábado (28) em Pequim, capital da China.
A briga das autoridades chineses com as criptomoedas é antiga. Na verdade, ela existe antes mesmo do Bitcoin ganhar tração, já que o primeiro alvo foram moedas virtuais usadas em jogos online, ainda em 2009.
No entanto, foi só em abril de 2021 que a China expulsou mineradores, que até então dominavam a indústria mundial. Mais tarde, em setembro do mesmo ano, as negociações foram proibidas no país.
Ex-vice ministro das Finanças acredita que China deve repensar suas escolhas
Um dos pontos abordados por Zhu Guangyao foi a recente mudança de postura dos EUA em relação às criptomoedas. Isso porque, antigamente, os EUA viam grandes riscos ligados ao setor, principalmente em relação à lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.
Outro ponto mencionado é a volatilidade dos preços, que poderia afetar a economia tradicional.
No entanto, o ex-vice ministro das Finanças apontou que até mesmo Donald Trump mudou de opinião sobre as criptomoedas, citando justamente a China como seu principal concorrente econômico.
“Elas realmente têm impactos negativos, e devemos estar plenamente cientes dos seus riscos e do dano que podem causar ao mercado de capitais”, disse Guangyao. “No entanto, também precisamos analisar as mudanças internacionais mais recentes e os ajustes nas políticas, pois isso é um aspecto crucial para o desenvolvimento da economia digital.”
Além dos EUA, Guangyao também notou que até mesmo aliados chineses mudaram de opinião ao longo dos últimos anos. Dentre os destacados estão os países do BRICS, incluindo Rússia e Brasil.
Enquanto a Rússia legalizou as criptomoedas para driblar sanções americanas, o Brasil possui uma legislação mais simples, mas conseguindo arrecar impostos. Segundo dados do MercadoCripto, o Brasil negociou R$ 105,2 bilhões em criptomoedas nos últimos 12 meses.
Opinião do vice-ministro sobre Bitcoin não é única
Além de Zhu Guangyao, outros especialistas também estão criando uma pressão para a China revisitar sua política proibicionista. Como exemplo, Wang Yang, vice-reitor da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong (HKUST), apontou que a mineração gerou R$ 22 bilhões em impostos para os EUA.
De qualquer forma, Yang defendeu que a indústria de mineração deveria ser administrada pelo Estado. Ou seja, uma proposta bem diferente da aplicada nos EUA e outros países.
Mesmo com as criptomoedas banidas no país, estudos revelam que chineses continuam investindo secretamente. Dentre as ferramentas usadas estão VPN e P2P, dificultando o monitoramento dessas transações pelas autoridades.
Fonte: Ex-vice ministro das Finanças da China sai em defesa do Bitcoin
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