O preço do Bitcoin tem enfrentado uma forte queda nos últimos dias, atingindo uma baixa de aproximadamente $60,000 após uma série de eventos geopolíticos e tensões globais. A recente escalada do conflito no Oriente Médio, com o ataque de mísseis do Irã a Israel, abalou os mercados financeiros e criptoativos, trazendo incerteza aos investidores e interrompendo o que era uma trajetória promissora de alta em outubro, conhecido como “Uptober”.
Impacto geopolítico e vendas em massa
O ataque iraniano gerou pânico no mercado, levando o Bitcoin a cair cerca de $4,000 em menos de 24 horas. A criptomoeda, que estava sendo negociada a $64,000 antes do ataque, despencou para $60,350, e embora tenha se recuperado levemente, continua em queda de 3% no dia. O mercado, que antes estava otimista, viu seu sentimento virar rapidamente para o medo, conforme medido pelo Índice de Medo e Ganância do Bitcoin, que caiu de 61 para 39 em questão de horas.
Essa queda também coincidiu com uma retração geral no mercado de criptoativos, com altcoins como Ethereum, Dogecoin e Shiba Inu sofrendo perdas mais acentuadas. O valor total do mercado de criptomoedas caiu cerca de 4.7%, ou $150 bilhões, evidenciando a magnitude do impacto.
Mineradores e empresas relacionadas sofrem
Além dos investidores de criptomoedas, empresas ligadas ao setor também foram afetadas pela queda. Empresas de mineração como Marathon Digital e CleanSpark viram seus estoques despencar até 9%, enquanto a Coinbase, uma das maiores exchanges de criptomoedas dos EUA, registrou uma queda de 8% em seu valor de mercado.
Bitcoin miners também têm enfrentado desafios crescentes de lucratividade. Em setembro, a receita diária de recompensas de bloco caiu 6% em comparação ao mês anterior, marcando o terceiro mês consecutivo de queda. Analistas do JPMorgan atribuem parte dessa redução ao impacto do halving do Bitcoin, que diminuiu as recompensas dos mineradores, combinada com o aumento da competição.
Previsões de preço: Para onde vai o Bitcoin?
A atual queda trouxe novas preocupações sobre o futuro próximo do Bitcoin. Alguns analistas preveem que o preço pode continuar caindo, com a possibilidade de atingir a marca de $42,000 até meados de novembro, segundo Benjamin Cowen, fundador da ITC Crypto. Ele sugere que a trajetória do Bitcoin pode repetir padrões observados em 2019, quando o ativo também caiu após cortes nas taxas de juros do Federal Reserve.
Por outro lado, analistas mais otimistas como Miles Deutscher ainda veem razões para esperança. Eles apontam para fatores como o aumento da liquidez global, as políticas de estímulo econômico da China e a aproximação das eleições nos EUA como impulsionadores potenciais de uma recuperação no final do ano. Muitos esperam que o Bitcoin recupere seu fôlego à medida que o quarto trimestre avança, tradicionalmente um período mais positivo para criptoativos.
Embora o cenário atual traga incertezas, analistas veteranos lembram que o Bitcoin já passou por crises semelhantes, especialmente durante tensões geopolíticas. Em momentos como este, commodities tradicionais como ouro e petróleo tendem a se valorizar, enquanto o Bitcoin, muitas vezes rotulado como um “porto seguro digital”, pode sofrer temporariamente.
Apesar da pressão, o Bitcoin ainda opera dentro de seu canal de preço estabelecido nos últimos seis meses, com suporte em torno de $59,800. Para que o ativo volte a uma tendência de alta mais robusta, os analistas sugerem que ele precisa romper a resistência de $66,000.