A Lightspark, uma empresa de tecnologia financeira sediada em Los Angeles, Califórnia, está buscando revolucionar a forma como o dinheiro se move internacionalmente. Fundada há dois anos, a missão da empresa é modernizar a infraestrutura de pagamentos globais, com base na Lightning Network do Bitcoin, para oferecer soluções rápidas e seguras de transferências de dinheiro.
Em entrevista ao Portal do Bitcoin durante o evento Modular Summit, executivos da Lightspark explicaram como a empresa está facilitando transações internacionais, eliminando barreiras tradicionais. “Queremos criar uma infraestrutura de pagamentos que permita ao dinheiro se mover da mesma forma que as informações já se movem, de maneira instantânea”, disse Nicolas Cabrera, vice-presidente de produtos da Lightspark.
A proposta utiliza o Bitcoin como camada de liquidação para transações, mas sem exigir que os usuários lidem diretamente com a criptomoeda.
Cabrera concorda que a adoção do Bitcoin como meio de pagamento ainda enfrenta desafios regulatórios em diversas partes do mundo. Nos Estados Unidos, por exemplo, há restrições ao uso direto da criptomoeda. No entanto, a Lightspark tem conseguido driblar essas barreiras ao desenvolver soluções que permitem que as instituições financeiras utilizem sua tecnologia sem precisar manipular diretamente o Bitcoin.
“Por meio de nossa solução, é possível enviar dólares dos Estados Unidos para a Argentina, por exemplo, onde a moeda local será recebida, e todo o processo de conversão de Bitcoin é feito de forma transparente para o usuário final”, explica Cabrera.
A LightSpark anunciou recentemente o lançamento do Extend, uma solução que conecta sistemas bancários tradicionais à rede Lightning. “Essa inovação permite que bancos tradicionais mantenham suas operações locais, enquanto utilizam a Lightning para transferências internacionais rápidas e com menor custo”, diz o executivo.
Para essa solução, a companhia desenvolveu o protocolo UMA (Universal Money Address), que visa padronizar o envio e recebimento de dinheiro globalmente, tornando o processo mais simples e seguro. “Com o UMA, é possível enviar e receber dinheiro de qualquer carteira ou conta bancária, com total conformidade regulatória”, explica Cabrera.
América Latina em destaque
Segundo Cabrera, a América Latina tem se mostrado um dos mercados mais promissores para a LightSpark. Com uma economia muitas vezes instável, a adoção de criptomoedas na região é maior que em outras partes do mundo. Países como Brasil, Argentina, Colômbia e México já têm parcerias estabelecidas com a empresa por meio de empresas como Ripio, Bitso e, mais recentemente, com o Nubank.
Além disso, a empresa está aprendendo com modelos de pagamento domésticos, como o Pix no Brasil, para conectar redes de pagamentos fragmentadas ao redor do mundo. “Queremos unir esses sistemas de pagamentos locais em uma rede global, permitindo a movimentação de dinheiro de forma eficiente e segura”, disse o executivo.
E para o futuro, a empresa busca se consolidar como uma solução de pagamento global, atraindo parceiros importantes e ganhando tração em mercados emergentes e desenvolvidos. “Estamos criando a compatibilidade entre sistemas bancários e carteiras digitais ao redor do mundo, e o protocolo UMA é o começo dessa revolução”, afirma Cabrera.
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