Agosto foi um mês de intensa volatilidade no mercado de criptomoedas, especialmente para o Bitcoin (BTC), em grande parte devido ao cenário macroeconômico global. As divulgações de indicadores econômicos ganharam destaque no radar dos investidores cripto e, com a chegada de setembro, a expectativa é de mais movimentação.
Como maior economia do mundo e um grande mercado, os Estados Unidos são sempre o centro das atenções, porém, a União Europeia também tem diversos dados importantes que é bom acompanhar, já que mudanças de rumo na região também afetam a economia global.
E mais recentemente, o Japão, também um importante polo econômico do mundo, se tornou mais um relevante centro de atenção ao subir as taxas de juros, elevando os temores do mercado sobre o desempenho da economia. Vale ressaltar que, apesar de importante para nós, o Brasil não tem impacto no preço mundial do Bitcoin.
Os indicadores dessa semana
Olhando para a agenda, esta primeira semana do mês costuma ser uma das mais importantes por conta dos diversos dados de emprego nos EUA. Na quarta (4), sai o relatório JOLTs, que mostra como está a demanda no mercado de trabalho estadunidense. No dia seguinte será publicado o ADP, que dá uma visão sobre o emprego não-agrícola nos EUA.
Esses dois indicadores servem como prévia para o relatório de emprego, chamado de Payroll, publicado sempre na primeira sexta-feira do mês, neste caso no dia 6, às 10h30 (horário de Brasília). Este documento contém todos os dados do setor e dá importantes sinalizações sobre como está a economia dos EUA, sendo acompanhado de perto pelo mercado e pelo banco central do país, o Federal Reserve.
Ainda nesta semana também saem dados do PMI de manufatura dos EUA, medindo como está a indústria local, nesta terça (3), enquanto na quarta será divulgado o Livro Bege, um documento completo sobre a avaliação do Fed do atual momento da economia.
Juros nos EUA em foco
Olhando para o restante do mês, os EUA continuarão no centro das atenções, com destaque para os indicadores de inflação e, principalmente, para a reunião do FOMC, que definirá a taxa de juros no país. O encontro está marcado para o dia 18 de setembro, às 16h.
Recentemente, o presidente do Fed, Jerome Powell, indicou que chegou a hora dos EUA começarem a cortar os juros no país – acalmando o mercado após no início de agosto os dados de emprego sinalizarem que isso não deveria acontecer.
“A direção da viagem é clara, e o momento e o ritmo dos cortes nas taxas dependerão dos dados recebidos, da evolução das perspectivas e do equilíbrio dos riscos”, disse Powell durante um discurso em Wyoming, no Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole.
Entre outros dados, será importante também o investidor ficar de olho nas decisões de juros na União Europeia, no dia 12, e no Japão, dia 20.
Confira abaixo a agenda dos principais indicadores para ficar de olho em setembro (sempre no horário de Brasília):
Dia 3
PMI Manufatura ISM dos EUA – 11h
Dia 4
Relatório JOLTs – 11h
Livro Bege – 15h
Dia 5
ADP – 9h15
Dia 6
Payroll – 9h30
Dia 8
PIB do Japão – 7h50
Dia 11
Inflação EUA -9h30
CPI (inflação ao consumidor dos EUA) – 9h30
PPI (inflação ao produtor) do Japão – 7h50
Dia 12
Taxa de juros BCE – 9h15
PPI (inflação ao produtor) dos EUA – 9h30
Dia 18
Inflação na União Europeia – 6h
Reunião do FOMC – 15h
Dia 19
Decisão de juros do Banco da Inglaterra – 8h
Inflação no Japão – 7h30
Dia 20
Decisão de juros no Japão – 1h
Dia 26
PCE (inflação ao consumidor) nos EUA – 9h30
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