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A Polícia Federal deflagrou na manhã de quinta-feira (15) a Operação Aluir, visando desarticular organização criminosa especializada em evasão de divisas e lavagem de dinheiro por meio de criptomoedas.

Esse é um desdobramento da Operação Colossus, criada em 2022 e que revelou um esquema bilionário em que recursos financeiros de origem criminosa eram objeto de evasão de divisas e lavagem de dinheiro usando ativos digitais. Esta operação de ontem é a terceria fase da Colossus.

De acordo com a PF, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva contra os principais integrantes da organização criminosa liderada pelo “rei dos criptos”, preso na 2ª fase da operação, em janeiro deste ano.

Outros dois investigados também tiveram a prisão preventiva decretada, mas não foram localizados e são considerados foragidos da Justiça. A Justiça Federal também decretou medidas de sequestro patrimonial e bloqueio de bens dos investigados, cujo valor total supera os R$ 6,7 bilhões.

A PF explicou que os criminosos recebiam valores de origens ilícita através de diversas contas bancárias controladas por eles, mas pertencentes a empresas de fachada titularizadas por “laranjas”.

Após uma sucessão de transferências entre contas destas empresas, os recursos ilícitos eram convertidos em criptoativos e enviados a carteiras controladas pelos criminosos que se utilizavam de tais serviços.

Foram identificadas pelo menos 68 empresas de fachada controladas pelo grupo, sendo que, de acordo com informações de Relatório de Inteligência Financeira – RIF, obtido junto ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), em apenas nove destas empresas, a PF identificou a movimentação de mais de R$ 6,7 bilhões entre 2022 e 2023.

De acordo com a PF, um dos presos da operação seria o gerente bancário de instituição financeira pública responsável pelas contas correntes em que as nove empresas movimentaram os valores, tendo atuado de forma determinante em favor do grupo criminoso.

“A atuação se dava de forma a permitir a utilização das contas bancárias mesmo tendo conhecimento da origem criminosa dos valores movimentados, o que ocorria não só por meio do não cumprimento dos seus deveres funcionais, mas também via atuação ativa nos setores internos da instituição no intuito de revogar desbloqueios efetivados pelo setor de compliance em contas em nome das empresas de fachada controladas pela organização criminosa”, disse a polícia.

Operações passadas

A Operação Colossus teve início em setembro de 2022, quando a Polícia Federal cumpriu mais de 100 ordens judiciais em pelo menos sete estados brasileiros contra arbitradores, exchanges de criptomoedas e empresas de fachada.

O que motivou o início das investigações foi um grande número de movimentações bancárias suspeitas identificadas com apoio da Receita Federal. As autoridades descobriram que os investigados movimentaram mais de R$ 61 bilhões — provavelmente de origem ilícita — através do sistema bancário brasileiro, de 2017 a 2021.

Os investigados foram divididos em três grupos: arbitradores, que compravam grandes quantias de criptomoedas no exterior para a venda no Brasil; exchanges de criptomoedas, que absorviam os ativos dos arbitradores para revender a pessoas físicas e jurídicas suspeitas; e empresas de fachada, que comprovaram as criptomoedas das exchanges para praticar lavagem de dinheiro.

Mais recentemente, em 8 de janeiro deste ano, a polícia realizou a segunda fase da operação, quando prendeu o empresário e influencer conhecido como “rei dos criptos”, que havia sido alvo da Operação Colossus em 2022, mas estava foragido.

Segundo a PF, ele foi detido em São Paulo, na área migratória do aeroporto internacional de Guarulhos, quando tentava embarcar em voo com destino à Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

No caso da operação desta semana, além dos mandados cumpridos, a polícia informou que há um mandado de prisão preventiva pendente de cumprimento de uma cidadã brasileira atualmente residente em Dubai e que fugiu após a 2ª fase da Operação Colossus.

Ela é considerada um importante membro da organização criminosa e sua prisão consta de difusão vermelha à Interpol já tendo sido comunicado o escritório central da polícia local, em Abu Dhabi.

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