A regulamentação das criptomoedas no Brasil está em fase de desenvolvimento e adaptação, marcada por importantes avanços e desafios contínuos. Em junho de 2023, entrou em vigor o Marco Legal das Criptomoedas, que estabeleceu diretrizes para o setor, incluindo a definição de ativos virtuais e prestadores de serviços, como as exchanges.
Essa legislação visa aumentar a segurança jurídica e combater fraudes, tipificando crimes específicos relacionados a criptomoedas no Código Penal, como estelionato e lavagem de dinheiro.
O Banco Central do Brasil (BC) foi designado como o principal regulador do setor e atualmente está desenvolvendo diretrizes específicas para empresas que operam com criptoativos. O processo inclui consultas públicas e será dividido em fases para abordar diferentes aspectos, como licenciamento de provedores de serviços de ativos virtuais (VASPs) e regulamentação de stablecoins.
Mas como a regulamentação das criptomoedas no Brasil pode ajudar o mercado cripto?
De acordo com um levantamento da Consensys de 2023, 48% dos brasileiros dizem que o setor deve ser regulado para proteger investidores e o sistema financeiro tradicional. Para 32%, são necessárias normas que incentivem a participação responsável no setor de moedas digitais.
A regulamentação pode auxiliar o mercado cripto, trazendo algumas medidas, que podem contribuir para um crescimento mais sustentável e confiável do mercado cripto no Brasil:
- Segurança jurídica – Estabelecer regras claras para operação, reduzindo incertezas para empresas e investidores.
- Proteção ao consumidor – Define padrões de segurança e transparência, protegendo os usuários contra fraudes.
- Legitimidade – Reconhece oficialmente as criptomoedas, potencialmente aumentando a confiança do público.
- Atração de investimentos – Um ambiente regulatório claro pode atrair mais investidores institucionais e empresas do setor.
- Combate a atividades ilícitas – Ajuda a prevenir lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros.
- Integração com o sistema financeiro – Facilita a interação entre criptoativos e o sistema bancário tradicional.
- Inovação – Um marco regulatório adequado pode incentivar o desenvolvimento de novas tecnologias e serviços.
- Tributação clara – Estabelece regras fiscais específicas, reduzindo a insegurança tributária.
- Integração com o sistema financeiro – Facilita a interação entre criptoativos e instituições financeiras tradicionais.
- Competitividade internacional – Posiciona o Brasil no cenário global de regulação de criptoativos.
Sabemos que ainda há desafios a serem enfrentados, como a necessidade de normas detalhadas e a definição clara das autoridades responsáveis pela supervisão e regulamentação do mercado.
Apesar disso, espera-se que as regulamentações emergentes melhorem a transparência e a proteção dos consumidores e dos próprios players desta indústria, além de evidenciarem o Brasil a partir de práticas regulatórias assertivas.
Sobre o autor
Beto Fernandes é analista do Grupo Foxbit.
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